domingo, 31 de julho de 2016
Por Delicadeza
"Bailarina fui
Mas nunca dançei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dançei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida"
Sophia de Mello Breyner Andresen
Mas nunca dançei
Em frente das grades
Só três passos dei
Tão breve o começo
Tão cedo negado
Dançei no avesso
Do tempo bailado
Dançarina fui
Mas nunca bailei
Deixei-me ficar
Na prisão do rei
Onde o mar aberto
E o tempo lavado?
Perdi-me tão perto
Do jardim buscado
Bailarina fui
Mas nunca bailei
Minha vida toda
Como cega errei
Minha vida atada
Nunca a desatei
Como Rimbaud disse
Também eu direi:
«Juventude ociosa
Por tudo iludida
Por delicadeza
Perdi minha vida"
Sophia de Mello Breyner Andresen
quarta-feira, 27 de julho de 2016
Não bulas aí!
Não bulas aí! foi uma das frases mais ouvidas na minha infância. Talvez porque mexia em tudo, porque era demasiado irrequieto, porque era reguila (mais uma bela palavra), porque não dava descanso aos adultos, porque era feliz...
Sim, fui muito feliz.
Talvez por isso, se calhar por isso, a forma como encaro a vida pretende perpetuar essa condição, esse estado, esse momento.
Fui, sou, serei sempre criança.
Fui, sou, serei sempre feliz.
Fui, sou, serei sempre criança.
Fui, sou, serei sempre feliz.
domingo, 24 de julho de 2016
A trabalhar nisto todos os dias.
"A sociedade só pode interferir na liberdade de uma pessoa quando há o risco de essa pessoa provocar danos noutra. De resto, não deve haver interferências, por bizarras que sejam as crenças de cada um."
In O Pavilhão Púrpura, José Rodrigues dos Santos, Gradiva, 2016
César Menotti
"Sabes a diferença entre um cão de guarda e um cão feroz? Não? Repara. Está o cão feroz à porta de casa e surgem dois ladrões. Um aproxima-se, o cão feroz ladra e atira-se a ele. O ladrão foge e o cão vai atrás dele, abandonando a porta. Entra o outro ladrão e rouba o que quer. Ao invés, o cão de guarda apenas ladra e mantém à distância qualquer dos ladrões, nunca saindo de perto da porta. O cão de guarda marca à zona e o feroz marca ao homem. Entendido?" Consta-se que o jogador em causa concluiu simplesmente que "havia um cão bom e outro mau", e que nesse dia deixou de contar para Menotti.
In Futebol a Sério, Carlos Daniel, A Esfera dos Livros, 2016.
http://www.alambrado.net/antes-da-fama-el-flaco-menotti-foi-um-moleque-travesso
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